12 de abril de 2011

A quem cabe a culpa

       Assistimos atonitos a episodios que nos chocam, atitudes extremadas de individuos considerados "loucos", Exagerados, assassinos, esquizfrenicosetc. Imediatamente depois desses episodios segue - se invariavelmente o surgimento de explicações e analises de especialistade de diversas areas do saude mental e fisica, criminalistas e doutores que apontam apenas e diretamente ao individuo a culpabilidade absoluta sobre seus atos, apresentando um individuo que forma-se alheio a sociedade que o rodeia e influencia com suas tradições, moralidades e crenças.
      Não é pretensão deste refletir justificar ou minimizar a culpa individual do sujeito dessas ações mas, interrogar nossas instituiçoes sobre o seu papel na formação do individuo e as formas que se constroem esses processos sociais,apontar dimensoes possiveis desse caso, olhar a questao da incapacidade de nossa sociedade proporcionar uma educação que promova efetivamente conceitos de respeito a igualdade e o direito de representaçao e de existencia de diferenças culturais, etnicas, físicas religiosas etc... O direito a diferença e um pressuposto para a existencia da igualdade de direitos e de deveres.
   A escola atual alem de nao promover ssa igualdade e propor uma reflexão ativa sobre a diferença e o respeito a ela, faz o caminho inverso, estimula a disputa a esterotipação e a segregaçao dentro de seus ambientes, atos estes que infringem a legislaçao do país, inclusive a constituição, isso se dá principalmente pela falta de um projeto efetivo de educação e do despreparo dos gestores publicos no trato do sistema educacional. Se tiver duvidas sobre isso vá as escolas publicas estaduais de nosso pais e peça o projeto poilitic pedagogico do estabelecimento, vera que grande parte nao os possui ou os tem desatualizados e mal proposto. 
    A escola atualmente propõe desde os primeiros dias de aula ja na educação infantil processos de exclusão de cidadaos em formação, seja ensinando valores sem os refletir ou mesmo ensinando a partir de modelos descontextualizados de formação. Esse processo leva ao longo do processo a formação do bullying permanente.
  outro aspecto importante e analisar como os meios de comunicação fazem sua parte no processo de exclusao e formaçao dos individuos, mas quanto a isso nao precisaria nem falar basta voce fazer o esforço mental de analisar como sao moldados os valres esteticos em nossa tv, radio,e internet.
 apos tudo isso voce pode refletir sobre a quem cabe a culpa também, e muita vezes cabe ela a todos nos por nossa omissão diante dos fatos que fingimos nao ver ou em muitas vezes gargalhamos copiosamente destas situações. pense nisso....

31 de março de 2011

leiam sobre a ditadura vale a pena


Sem esquecimento, sem perdão, sem temor

O golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi só obra de generais hoje aposentados e mortos. Quando um deputado diz ter saudade da ditadura, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes. Estamos vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar. O artigo é de Valter Pomar.

Muitos de nossos amigos latino-americanos não conseguem entender por qual motivo os governos brasileiros pós-ditadura pegaram tão leve com aqueles que romperam com a legalidade, sequestraram, torturaram, mataram e desapareceram.

Neste quesito, os governos pós-ditadura na Argentina, Chile e Uruguai foram muito mais efetivos no combate aos crimes das ditaduras, do que os governos Sarney, Collor, FHC e Lula.

Nossos amigos não entendem, e muitos de nós tampouco entendem, paradoxos como a convivência, no mesmo governo, de uma presidenta que foi presa e torturada, com um general para quem fato histórico é codinome para crime que merece ser perdoado. Ou de ministros que defendem a Comissão da Verdade, com outros para quem a Lei da Anistia imposta pela ditadura permite que autores de crimes contra a humanidade escapem de julgamento.

A persistência desta situação revela, mais do que a força da direita, a incapacidade que parte da esquerda tem de perceber os riscos que corremos ao agir desta forma. Afinal, o golpe de 1964 não é apenas passado, nem foi apenas obra de generais hoje aposentados e mortos.

O golpe de 1964 foi a resposta dada por uma parte da elite brasileira, contra um governo progressista. Foi uma das batalhas da guerra travada, ao longo de todo o século XX, entre as vias conservadora e progressista de desenvolvimento do capitalismo brasileiro.

A via conservadora é aquela que desenvolveu o capitalismo, preservando os piores traços de nosso passado escravista e colonial. A via progressista é aquela que buscou e busca combinar crescimento capitalista, com reformas sociais, democracia política e soberania nacional.

O golpe de 1964 foi executado por uma coalizão cívico-militar. Os militares foram o partido armado do grande empresariado, do latifúndio e dos capitais estrangeiros. Muitas das empresas envolvidas no golpe, ou que cresceram durante o período da ditadura, seguem atuantes. As Organizações Globo, por exemplo.

Hoje, prossegue a guerra entre aquelas duas vias de desenvolvimento. O governo Dilma, assim como o governo Lula, constituem expressões atuais da via progressista. E a campanha reacionária feita por Serra, nas eleições presidenciais de 2012, traduziu os sentimentos e os interesses dos legítimos defensores da via conservadora (alguns dos quais, é bom dizer, buscaram e encontraram abrigo do lado de cá).

Quando um deputado diz ter saudade da ditadura militar, quando um candidato presidencial se alia a generais de pijama e a organizações de ultra-direita, quando um ditador é homenageado por uma turma de formandos de uma escola militar, quando um ministro diz que a Anistia impede a justiça de apreciar crimes contra a humanidade, não estamos diante de saudosismos inconsequentes.

Estamos, isto sim, vendo e ouvindo uma parte da elite brasileira dizer o seguinte: quebramos a legalidade e algum dia poderemos voltar a quebrar; desconsideramos a voz das urnas e algum dia poderemos voltar a desconsiderar.

Uma esquerda que defende os direitos humanos de maneira consequente, deve lembrar que a impunidade dos torturadores de ontem, favorece os que hoje torturam presos ditos comuns. Uma esquerda que defende uma via eleitoral, tem motivos em dobro para ser implacável contra os que defendem a legitimidade de golpes. E uma esquerda que se pretende latinoamericanista precisa lembrar que o golpe de 1964 foi, em certo sentido, o início de um ciclo ditadorial que se espalhou por todo o continente.

E que ninguém ache que golpes são coisas do passado. Honduras, bem como as tentativas feitas no Equador e Venezuela, Bolivia e Paraguai, mostram que os Estados Unidos e parte expressiva das elites locais têm uma visão totalmente instrumental da democracia. E o reacionarismo atual de parte das chamadas classes médias não deixada nada a dever frente aquele que mobilizou, em 1964, as marchas com Deus, pela Família e pela Propriedade.

Por tudo isto, temos todos os motivos para dar o exemplo. Como nossos amigos de outros países da América Latina, não devemos temer, não podemos esquecer e não podemos perdoar.

(*) Valter Pomar é membro do Diretório Nacional do PT

3 de março de 2011

ideias inteligentes para abordar em sala

A maior desgraça

Três séculos de escravidão vincam até hoje os comportamentos da sociedade brasileira. Por Mino Carta. Imagem: Rover Viollet/AFP
Três séculos de escravidão vincam até hoje os comportamentos da sociedade brasileira
Escrevi certa vez que se Ronaldo, o Fenômeno, se postasse na calada da noite em certas esquinas de São Paulo ou do Rio, e de improviso passasse a Ronda, seria imediata e sumariamente carregado para o xilindró mais próximo. Digo, o mesmo Ronaldo que foi ídolo do Brasil canarinho quando adentrava ao gramado. Até Pelé, creio eu, nas mesmas circunstâncias enfrentaria maus bocados, embora se trate de “um negro de alma branca”.
Aí está: o protótipo do preto brasileiro, o modelo-padrão, está habilitado a representar e orgulhar o Brasil ao lidar com a redonda ou ao compor música (popular, esclareça-se logo), mas em um beco escuro­ será encarado como ameaça potencial. Muitos, dezenas de milhões, acreditam em uma lorota imposta pela retórica oficial: entre nós não há preconceito de raça e cor. Pero que lo hay, lo hay. Existem provas abundantes a respeito e a reportagem de capa desta edição traz mais uma, atualíssima. Na origem, obviamente, a escravidão, mal maior da história do Brasil.
Há outros, está claro. A colonização predatória, uma independência sequer percebida pelo povo de então, uma república decidida pelos generais, avanços respeitáveis enodoados por chegarem pela via da ditadura de Vargas. E o golpe de 1964, último capítulo do enredo populista comandado por uma elite que, como diz Raymundo Faoro, quer um país de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo. Enfim, um esboço de democratização pós-ditadores fardados ainda em andamento.
A desgraça mais imponente são, porém, três séculos de escravidão e suas consequências. A herança da trágica dicotomia, casa-grande e senzala, continua a determinar a situação do País, dolorosamente marcada pela desigualdade. Há quem pretenda que o preconceito à brasileira não é racial, é social, mas no nosso caso os qualificativos são sinônimos: o miserável nativo não é branco.
A escravidão vincou profundamente o caráter da sociedade. De um lado, os privilegiados e seus aspirantes, herdeiros da casa-grande, e os empenhados em chegar lá, e portanto ferozes e arrogantes em graus proporcionais. Do outro lado, a maioria, em boa parte herdeira da senzala, e portanto resignada e submissa. De um lado uma elite que cuidou dos seus interesses em lugar daqueles do País, embora o Brasil represente um patrimônio de valor inestimável, de certa forma único. Do outro, a maioria conformada, incapaz de reação porque, antes de mais nada, tolhida até hoje para a consciência da cidadania.
O povo brasileiro traz no lombo a marca do chicote da escravidão que a minoria ainda gostaria de usar, quando não usa, e não apenas moralmente. Aqui rico não vai para a cadeia, superlotada por pobres e miseráveis, e não se exigem desmedidos esforços mentais para localizar a origem dessa situação medieval. Trata-se simplesmente de ler um bom, confiável livro de história.
Será possível constatar que afora o devaneio de alguns poetas e a reflexão de alguns pensadores, o maior problema do Brasil, a desigualdade gerada pela escravidão, nunca foi enfrentado com o ímpeto e a determinação necessários. Nos anos de Lula, agredido por causa do invencível preconceito pela mídia nativa, na sua qualidade de perfeita representante dos herdeiros dos senhores de antanho, a questão foi definida com nitidez. Mas se o diagnóstico foi correto, os remédios aviados foram insuficientes. Poderia ser de outra maneira? Melhorar a vida das classes mais pobres não implica automaticamente a conquista da consciência da cidadania, que há de ser o objetivo decisivo.
CartaCapital confia na ação da presidenta Dilma e acredita que seu governo saberá dar prosseguimento às políticas postas em prática pelo antecessor e empenhar-se a fundo no seu próprio programa de erradicação da miséria. Sem esquecer que o alvo principal fica mais adiante.

as vezes podemos publicar algo de outros que valem a pena

Do Valor
O segundo momento dos partidos pós-79
Maria Inês Nassif
03/03/2011
Este é o segundo momento do quadro partidário brasileiro. O primeiro começou em 1979, quando a ditadura acabou com o bipartidarismo criado pelo Ato Institucional nº 2, de 1966, que extinguiu o quadro partidário anterior. A implosão da esquerda peemedebista, de um lado, em vários partidos; o esvaziamento eleitoral do PDS, legenda de apoio à ditadura, e a tentativa de formar "linhas auxiliares" de um governo ainda militar, de outro, definiram um quadro partidário com tendência à pulverização, tanto à esquerda como à direita.
O PMDB, esvaziado à esquerda, manteve sua centralidade política como herdeiro da oposição institucional ao regime durante algum tempo, quando boa parte do chamado grupo autêntico, que botou a cara para bater e correu riscos inclusive físicos de se opor à ditadura, migrava para outras legendas sem levar junto o prestígio do antigo partido.
Enquanto o centro oposicionista defendia manter a unidade em torno do PMDB, a esquerda, exceto os partidos comunistas, que ainda não haviam sido legalizados, procurou novos rumos. Vindos do exílio, Leonel Brizola e Miguel Arraes reuniram partidários e procuraram consolidar territórios próprios - Brizola, como herdeiro do velho petebismo, perdeu a legenda do PTB devido a manobras legais do regime e fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT); Arraes, sem conseguir ganhar espaço dentro do PMDB, sua primeira escolha partidária, acabou tomando o PSB. PDT e PSB nasceram em torno de lideranças carismáticas e viveram sob o controle absoluto de Brizola e Arraes. O PT, que vinha da experiência do movimento sindical dos anos 80 e atraiu grupos da esquerda mais radical e os movimentos de base da igreja progressista, teve uma origem menos personalista.  O ex-governador de Pernambuco fez um herdeiro, o atual governador Eduardo Campos. Ele toca o PSB ao estilo do avô. Quando Brizola morreu, sem ter deixado sucessores naturais - embora vários de seus netos estejam na política -, jogou o PDT numa profunda crise. O brizolismo é uma opção política em extinção; o PDT, um partido sem rumo.
O PSB, todavia, foi levado pelo pragmatismo do avô Miguel Arraes, e agora pelo neto Eduardo Campos. Arraes manteve suas pretensões políticas dentro dos limites de Pernambuco e fez acordos para ampliar o partido em outros Estados. Manteve uma equação política de absoluta hegemonia na política pernambucana, quebrada pouco antes de sua morte por desgastes acumulados em sucessivos períodos no governo; e controle total sobre as seções estaduais, que manipulava de acordo com os seus interesses regionais e nacionais. Alianças reiteradas nas eleições proporcionais com o PT mantiveram o partido dentro dos limites mínimos de representação exigidos pela lei, depois derrubados pelo Supremo Tribunal Federal. Arraes atraiu, em São Paulo, a ex-prefeita Luiza Erundina, quando ela rachou com o seu partido de origem, o PT; na Bahia, levou um núcleo que sempre atuou junto ao PCdoB e que girava em torno da ex-prefeita Lídice da Mata. Erundina e Lídice mantiveram-se no PSB por absoluta falta de opção, mas tinham discordâncias acentuadas quanto à forma de condução do partido por Arraes. Voltam a entrar na linha de confronto com as articulações de Eduardo Campos para cooptação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, hoje no DEM. Não é uma adesão confortável para quadros efetivamente socialistas do partido.
O pragmatismo do neto de Arraes tem mantido o partido em crescimento, embora sob constante crise de identidade. O PDT, acostumado a funcionar sob a batuta de um único líder, não tinha ninguém que minimamente desempenhasse o papel antes exercido por Brizola, nem mecanismos de decisão internos democráticos que o substituíssem. Os partidos comunistas, que ganharam identidade própria apenas após o governo José Sarney, quando foram legalizados, também sobreviveram na órbita de partidos maiores - o PCdoB ganhou representação parlamentar às custas de alianças proporcionais com o PT; o PCB, depois PPS, agora mantém essa equação com o PSDB, embora tenha feito, no passado, algumas alianças com o PT.
O quadro partidário pós-Lula já é um segundo momento daquele formado pós-79, no final da ditadura. Os partidos que se consolidaram e polarizam na política nacional, o PT e o PSDB, vivem crises de identidade - o primeiro, por ser governo; o segundo, por estar a tanto tempo fora do poder federal. Os pequenos partidos de esquerda, alguns perderam as lideranças que lhe davam rumo e outros, a organicidade dada por ideologias que entraram em crise no mundo e projetos de poder que foram assumidos pelo partido que exerceu a hegemonia sobre o bloco nas últimas décadas, o PT. A direita ideológica, em especial o DEM, montou uma estrutura partidária baseada em chefes políticos locais, e eles perderam espaço nas regiões mais pobres durante o governo Lula. Os líderes regionais não estão conseguindo se reaproximar dos velhos redutos - daí a tentativa de Kassab de driblar a lei para se encontrar, mais na frente, com um partido a sua esquerda, o PSB, e por meio dele compor a base do governo federal.
É um quadro que, por exaustão de algumas fórmulas tradicionais de organização partidária, tende a ser menos pulverizado. E vai ser concentrado rapidamente quando for proibida a coligação nas eleições proporcionais. Exceto o PSB, por pragmatismo de Campos, os demais partidos de esquerda dependem da coligação proporcional para sobreviver. Da mesma forma, os pequenos partidos de direita aliados ao governo terão dificuldade de manter suas bancadas. Os médios e pequenos partidos de direita que se apoiam no PSDB estão com o mesmo problema. Já foram praticamente desalojados pela derrota do candidato José Serra à Presidência. E têm dificuldades de sobreviver fora do poder. A aproximação deles ao governo era previsível. Ainda assim, se a coligação proporcional for proibida, não há governo que os salve.
Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras
E-mail maria.inesnassif@valor.com.br

bom senhores poderei fazer comentarios a isto com mais calma em outro momento

2 de fevereiro de 2011

putz da prair ao museu pelo google

http://www.googleartproject.com
poxa tava viajando pelos mundo das museus

Por que temer o espírito revolucionário árabe?, por Slavoj Žižek

Por que temer o espírito revolucionário árabe?, por Slavoj Žižek

Original aqui. Tradução de Idelber Avelar.



zizek-3.jpgO que não pode senão saltar aos olhos nas revoltas na Tunísia e no Egito é a conspícua ausência do fundamentalismo muçulmano. Na melhor tradição secular democrática, o povo simplesmente se revoltou contra um regime opressor, sua corrupção e pobreza, e exigiu liberdade e esperança econômica. Provou-se equivocada a cínica sabedoria dos liberais ocidentais, segundo a qual, nos países árabes, o senso democrático genuíno se limita a estreitas elites liberais, enquanto a vasta maioria só pode ser mobilizada através do fundamentalismo religioso ou do nacionalismo. A grande questão é: o que acontece depois? Quem vai emergir como o vencedor político?
Quando um novo governo provisório foi nomeado em Túnis, ele excluiu os islamistas e a esquerda mais radical. A reação dos presunçosos liberais foi: “ótimo, eles são basicamente o mesmo; dois extremos totalitários” – mas será que as coisas são tão simples assim? O antagonismo a longo prazo não é precisamente entre os islamistas e a esquerda? Mesmo que estejam momentaneamente unidos contra o regime, uma vez que eles se aproximam da vitória, a sua unidade racha, eles entram em luta mortal, com frequência mais cruel que aquela que compartilharam contra o inimigo comum.
Não presenciamos exatamente essa luta depois das últimas eleições no Irã? O que representavam os centenas de milhares de apoiadores de Mousavi era o sonho popular que sustentou a revolução de Khomeini: liberdade e justiça. Mesmo utópico, o sonho levou a uma explosão arrebatadora de criatividade política e social, experimentos organizativos e debates entre estudantes e pessoas do povo. Essa genuína abertura que desatou forças inauditas de transformação social, num momento em que tudo pareceu possível, foi depois gradualmente sufocada pela tomada de controle de político realizada pela hierarquia islamista.
Até no caso dos movimentos claramente fundamentalistas, não se deve perder de vista o componente social. O Talibã é regularmente apresentado como grupo fundamentalista islâmico que impõe seu regime com o terror. No entanto, quando, na primavera de 2009, eles tomaram o Vale do Swat no Paquistão, o New York Times relatava que eles arquitetaram uma “revolta de classe que explora profundas fissuras entre um pequeno grupo de ricos proprietários e seus inquilinos sem-terra”. Se, ao “aproveitar-se” da desgraça dos camponeses, o Talibã está criando, nas palavras do New York Times, “alarme com os riscos que corre o Paquistão, que permanece majoritariamente feudal”, o que impediu, então, os democratas liberais no Paquistão e nos EUA de “se aproveitarem” dessa desgraça da mesma forma e tentar ajudar os camponeses sem-terra? Será que é porque as forças feudais no Paquistão são as aliadas naturais da democracia liberal?
A inevitável conclusão a se tirar é que a ascensão do islamismo radical foi sempre o outro lado da moeda da desaparição da esquerda secular nos países muçulmanos. Quando o Afeganistão é retratado como o país ápice do fundamentalismo islâmico, quem ainda se lembra que 40 anos atrás, ele era uma nação com forte tradição secular, incluindo-se um partido comunista que tomou o poder de forma independente da União Soviética? Onde foi parar essa tradição secular?
É crucial ler os eventos atuais na Tunísia e no Egito (e no Iêmen e … talvez, oxalá, até a Arábia Saudita) em relação a esse pano de fundo. Se a situação, no fim das contas, se estabilizar, de forma que o velho regime sobreviva com alguma cirurgia cosmética liberal, ela provocará uma insuperável reação [backlash] fundamentalista. Para que o legado liberal chave sobreviva, os liberais necessitam a ajuda fraterna da esquerda radical.
Voltando ao Egito, a reação mais perigosamente oportunista foi a de Tony Blair, via CNN: a mudança é necessária, mas deve ser uma mudança estável. “Mudança estável” no Egito hoje só pode significar a concessão às forças de Mubarak através de uma ligeira ampliação do círculo dominante. É por isso que falar em transição pacífica agora é uma obscenidade: ao esmagar a oposição, o próprio Mubarak tornou isso impossível. Depois que Mubarak enviou o exército contra os que protestavam, a escolha ficou clara: ou uma mudança cosmética na qual algo muda para que tudo permaneça igual, ou uma ruptura verdadeira.
Eis aqui, então, o momento da verdade: não é possível argumentar, como na Argélia de uma década atrás, que permitir eleições realmente livres significa entregar o poder aos fundamentalistas islâmicos. Outra preocupação liberal é que não há poder político organizado para assumir o leme se Mubarak vai embora. É claro que ele não existe; Mubarak se encarregou disso ao reduzir toda a oposição a ornamentos marginais, de forma que o resultado é como o título do famoso romance de Agatha Christie, And Then There Were None [E Aí Não Sobrou Nenhum]. O argumento em favor de Mubarak—de que ou é ele ou é o caos—é um argumento contra ele.
É de tirar o fôlego a hipocrisia dos liberais ocidentais: eles publicamente apoiaram a democracia, e agora, quando o povo se revolta contra tiranos em nome da justiça e da liberdade seculares, não em nome da religião, eles ficam profundamente preocupados. Por que preocupação, por que não alegria de que a liberdade está ganhando uma chance? Hoje, mais que nunca, o dito de Mao-Tsé-Tung é pertinente: “há grande caos sob os céus-- a situação é excelente".
Para onde, então, deveria ir Mubarak? Aqui, também, a resposta é clara: para Haia. Se há um líder que merece estar lá, é ele.

personalidades historicas





vc e capaz de dizer quem sao os personagens historicos nesta foto?

roteiro em SAO PAULO

Bom dia

nas proximas postagens estarei iniciando uma serie sobre lugares legais pra se conhecer em Sao Paulo, lugares simple ou completamente complexos que nao estao nos principais roteiros turisticos dessa cidade, para isso contarei com a ajuda de minha companheira de aventura a srs Luciana Kamata ok espero que vcs busquem conhecer alguns lugares que sao legais aki em SP a cidade cinza que esconde suas cores e lugares

gostei deste texto e o republico

REDES SOCIAIS
Um novo ícone da liberdade

Por Muniz Sodré em 1/2/2011

Na mesma edição (sábado, 29/1) em que noticiava o aumento da circulação de jornais no Brasil (alta de 2%no ano passado, segundo o IVC), O Globo mostrava com tintas fortes, em sua cobertura da revolta civil no mundo árabe, o papel estratégico da internet, dos celulares e das redes sociais.

Segundo o IVC e o jornal, a participação de mercado dos jornais populares não se alterou em relação à fatia dos chamados jornais qualificados, consolidando a tendência dos últimos anos. Para o gerente-geral de Mercado Leitor da Infoglobo, Alexandre Kabarite, "isso demonstra que, apesar de algumas dúvidas em relação ao futuro do jornal impresso, o mercado brasileiro ainda é bastante promissor para os leitores, anunciantes e editores".

Não deixa de ser auspicioso esse tipo de notícia para a classe jornalística como um todo, mas também não deixa de chamar a atenção do observador a evidência de que, em nenhum instante, se tocou no papel da imprensa tradicional na convulsão social do mundo árabe em demanda de mudanças políticas. O que se sabe com certeza é que o presidente Barack Obama proclamou a internet como um "ícone da liberdade", mídia sobre a qual o governo egípcio se empenha em exercer estreito controle.

Esse controle cresceu no momento em que milhares de pessoas passaram a enfrentar blindados nas ruas, o que levou a cortes esporádicos em redes sociais como Facebook e Twitter, e depois no SMS, três das principais ferramentas que ajudaram a alimentar os protestos. Verificou-se então aquilo que os analistas do setor têm chamado de "ciberguerra". Mas não se trata dos cenários de ataques terroristas imaginados por estrategistas militares americanos ou mesmo por roteiristas de cinema, e sim do confronto da sociedade civil com o poder de Estado.

Censura, modos de usar

Como bem se sabe, as fortalezas cibernéticas estão repletas de pontos vulneráveis em meio à complexidade técnica das conexões eletrônicas. A exemplo de uma rede de pesca, os vértices interligados da web deixam pequenos espaços vazios, por onde se infiltra a "contracensura". Cientes das brechas, mais de 16 milhões de internautas egípcios recorreram aos servidores proxy, que garantem o anonimato dos usuários e são muito conhecidos na luta contra a censura na China.

Há algo de notável em toda essa movimentação quando se leva em conta que, até mesmo um velho espaço urbano, como é o caso do Cairo, transmuta-se topologicamente em um novo, na medida em que se deixa atravessar pela lógica reticular (a lógica da rede) no nível das relações sociais.

Em tempos de crise ou de normalidade institucional, essa lógica caracteriza-se pela descentralização (não há uma posição única, e sim uma multiplicidade de conexões), pela interdependência coordenada dos elementos (o que implica tanto a solidariedade entre vizinhos quanto o comum das associações ou de grupos ligados por um mesmo projeto), pela abertura (capacidade de extensão da rede), pela particularização (formação de nichos relacionais no interior de um conjunto ou subconjuntos autônomos e legítimos), pela acessibilidade (a partir de um ponto, pode-se atingir qualquer outro) e pela mobilidade (liberação ou plasticidade dos movimentos). Estas características implicam desterritorialização – e reterritorialização – de espaços tradicionalmente demarcados.

Ao mesmo tempo, é um choque de realidade tomar conhecimento de que é possível ao Estado controlar todos os principais provedores de internet e telefonia celular, derrubando o sistema quando bem quiser. É precisamente o que ocorre no Egito, onde o governo, dando-se conta da insuficiência do controle sobre as redes sociais como o Facebook, simplesmente forçou as operadoras móveis a suspender os serviços.

Sem rede elétrica, sem telecomunicações, sem operadores, a censura acaba sendo exercida de modo semelhante ao que sempre ocorreu nos regimes de exceção, quando exército ou polícia invadia as redações de jornais, rádio e televisão, apreendendo equipamentos e prendendo jornalistas.

Dispositivo tradicional

Apesar do choque, é forçoso constatar que existe mesmo uma nova lógica informativa, subversiva do modelo tradicional, em que o fatos de uma sociedade presumidamente pronta e constituída eram transmitidos a um público-leitor por uma corporação profissional que se industrializou progressivamente ao longo da História – a dos jornalistas. Agora, o complexo informacional conhecido como "mídia" não ocupa mais o lugar de mera correia de transmissão de relatos, porque é um verdadeiro sistema ou um dispositivo capaz de conformar aspectos da própria sociedade.

"Eu chamo dispositivo tudo aquilo que tem, de uma maneira ou de outra, a capacidade de capturar, orientar, determinar, interceptar, modelar, controlar e de assegurar os gestos, as condutas, as opiniões e os discursos dos seres vivos", explica o filósofo italiano Giorgio Aganbem. Dispositivos – telefone portátil, computador, televisão, automóvel etc. – não são, para ele, meros objetos de consumo, e sim funções estratégicas (sempre inscritas em jogos de poder) na disseminação de novas subjetividades.

O jornal confirma-se agora como um dispositivo tradicional, aparentemente mais exultante com a sua própria sobrevida (refletida nos números do IVC) do que com a esfera pública, que animou politicamente no passado. Se o "ícone da liberdade" era o impresso no tempo de Benjamin Constant, passa a ser o virtual na era de Barack Obama.

1 de fevereiro de 2011

sobre a historia

Muitas vezes sou questionado sobre o para que serve a Historia ou qual seu sentido ou por que aprender sobre ela.
Bom a maioria dessas perguntas nao sao facilmente respondidas, uma vez que a Historia pode estar escondendo diversas formas de historia, mas um dos sentidos e compreender nossa realidade e perceber como se chegou a tal situaçao.
mas pensando na imensa diversidade de conceitos, gosto de olhar pra forma de desenvolvimento das sociedades e seus meios de transformaçao isso e muito interessante de se observar.
como exemplo gosto de citar o caso de de cada um de nos, olhar qual sua trajetoria de vida e analisar a partir dai o processo da hstoria...

28 de janeiro de 2011

pensei em que

Esse ano começou com incertezas e duvidas para milhares de professores do estado de SP, por causa de um dispositivo que o Senhor ex governador Jose Serra incluiu no ano passado, era um projeto de lei que proibia ou exclui docentes  contratados por 200 dias apos um ano de trabalho.Bom vc pode pensar que grande b@#$% problema desse bando de professores vagabundos que so sabem fazer greve. ate ai sem grandes novidades pra voce q ue paga seus impostos e tem o dever de ver justificado seus miseros reais ganhados e pagos ao estado. certo ? Errado, e ai q mora o perigo maior. Julgando que o estado tem um deficit de aproximadamente 60 mil profissionais de educaçao, entenda-se professores, e que a categoria O representa uns 20 mil profesores ou 18% dos profissionais e o estado apenas contratou 10 mil no maximo o ano passado teremos por fim um ano complicado para a educaçao, PREPAREM-SE PRA FALTAS E MAIS FALTAS DE PROFESSORES NAS SALAS DE AULA ESTE ANO.
É uma pena saber que ano apos ano o governo paulista descarta a educaçao fundamental em troca de um ensino que tranforma em meros operadores de maquinas e sistemas. sou professor me importo com a educaçao de verdade eis minha indignaçao comeste estado totalitario de Sao Paulo do PSDB

trabalho de alunos desse professor maluco


Os alunos fizeram um maravilhoso trabalho onde alem de uma visita ao centro desfrutaram de um dia diferente de aulas, um sabado garoento e fresco q deua ao passeio um tom bem paulstano.


 Os temas foram divididos em grupos, sendo propostos: Arquitetura,  Economia, Cultura e Sociedade.








 Cada grupo teve uma breve explicaçao do tema e o que se devia buscar apreender neste olhar sobre o centro

Ao final do trabalho  foram montados paineis fotograficos com informaçoes a respeito de cada tema.









 gostaria de  no proximo post trazer pra voces algumas novas imagens deste trabalho serio e divertido q foi a construçao da exposiçao e em breve pedirei que os alunos participantes mandem seus depoimentos sobre isso beleza


























































bom gente acho que este e tambem um modo bem diferente de promover educaçao de qualidade muito alem da sala de de aula, para este trabalho contamos com a a colaboraão dos seguintes profissionais:
Professores:
Vera Lucia - Historia
Carlos do Rio -Geografia
Luciana Kamata - Historia, e Arte Educadora
Maria Cecilia - Artes
Os motoristas e cobradores dos onibus municipais de Sao Paulo pois o estado não forneceu conduçoes
Os demais profissionais apenas fizeram o minino possivel
AGRADEÇO A CADA ALUNO MEU QUE CONTRIBUIU E APREMDEU UM POUCO SOBRE HISTORIA DA CIDADE